Qualidade de vida

Cuidados Paliativos geram debate e troca de experiências

No último dia de 5º Congresso do Mercosul, Unidade Cuidativa virou cenário para plantio de flores, roda de conversa, dança e caminhada

Jô Folha -

Curando corações e comunidades. A provocação serve de síntese para o sentimento que prevaleceu ao longo dos quatro dias do 5º Congresso de Cuidados Paliativos do Mercosul. No sábado, no encerramento, mais uma vez, professores, pesquisadores, alunos, voluntários e usuários da Unidade Cuidativa - no bairro Fragata - ficaram lado a lado, na troca de experiências. Plantio de flores, distribuição de mudas, roda de conversa, música, dança, momento de embelezamento e uma caminhada para meditação fizeram parte da programação em busca de um objetivo comum: qualidade de vida.

Profissionais de diferentes estados brasileiros e também do Uruguai reuniram-se em torno de 30 temas. Assuntos como Avanços e Desafios das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (Pics), Espiritualidade e luto, Controle de sintomas em fim de vida, Cannabis: direito à paliação e Cuidados paliativos em uma sociedade que nega o exercício da alteridade.

A terapeuta ocupacional Rosana Ferreira Alves da Silva foi um desses participantes, visitantes. E voltou para o Rio de Janeiro assumidamente encantada: "O que tivemos aqui foi um conteúdo de excelência. Fiquei encantada em conhecer o trabalho da Cuidativa". Ao se referir à atuação desenvolvida pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) mencionou alguns dos princípios básicos dos cuidados paliativos: "Isso aqui é cidadania, é direito, é respeito, é acolhimento. É ver a pessoa como sujeito de desejos e de necessidades. E o acolhimento que tem aqui é sensacional. Isso aqui é uma porta para o Brasil", reafirmou a integrante da
Associação Carioca de Distrofia Muscular.

Das inúmeras vozes gaúchas que se juntaram ao evento, destaque à vice-presidente do Conselho Estadual de Saúde, a enfermeira Inara Ruas. Ao conversar com o Diário Popular, ela lembrou do mapeamento realizado nas sete macrorregiões do Rio Grande do Sul, junto à Frente Parlamentar em Defesa das Vítimas da Covid-19, para identificar os atendimentos disponíveis aos pacientes que ainda lidam com sequelas da doença. Foi quando conheceu a Cuidativa, que também passou a cumprir este papel: "É um trabalho que emociona a todos os gaúchos", destacou.

Aconchego para corpo e alma

A moradora do loteamento Dunas, no bairro Areal, Elizabeth Cavalheiro, 66, caminha com o apoio de muleta. Mas há muito a comemorar. Ao chegar à Unidade Cuidativa, em 2017, fazia uso de cadeira de rodas. Um misto entre diferentes ações deu resultado: sessões de fisioterapia, pilates, yoga e academia. Tudo ao seu tempo e sob orientação. Hoje, cinco anos depois, as fortes dores causadas por um desgaste na coluna deram trégua.

Detalhe: atualmente, para participar das atividades, Elizabeth pega dois ônibus para não deixar de comparecer. "Estar aqui dá muita vida pra gente, desde a chegada com o sorriso do guarda", descontrai. "Nos recebem com palavras de carinho e não têm preferência de cor ou idade. Tratam todos como iguais", garante. "É muito importante, porque às vezes a gente tá doente da alma".

Recorra à Cuidativa 

O trabalho está alicerçado nos conceitos dos cuidados paliativos, com foco em qualidade de vida e alívio da dor total: física, emocional, social e espiritual. As atividades, 100% SUS, são dirigidas a pessoas em tratamento de doenças que ameaçam a vida, como câncer, problemas pulmonares e cardíacos, além de demências e sequelas de Acidente Vascular Cerebral (AVC).

- Que tipos de atendimentos são realizados?
Há serviços em diferentes áreas: Medicina, Psicologia, Serviço Social, Nutrição, Fisioterapia, Odontologia, Enfermagem, Direito, Terapia Ocupacional e Educação Física.

- E as Práticas Integrativas e Complementares?
Há várias Pics à disposição dos pacientes, como dança circular, musicoterapia, arteterapia, acupuntura e pet terapia. São momentos para relaxar e focar em qualidade de vida. É exatamente o que ocorreu no último sábado, em caminhada para meditação, junto à vegetação. Liderados pelos voluntários Santiago Mendizabal e Marisa Marques da Costa, os participantes do Congresso foram convidados a exercitar o silêncio e focar no agora: "Que a gente busca comunhão com a gente mesmo", enfatizaram.

- E para ser atendido?
Você precisará receber encaminhamento de algum serviço de saúde de Pelotas ou região.
A Unidade Cuidativa funciona junto à antiga Laneira, na avenida Duque de Caxias, 104, no bairro Fragata. Funcionamento de segunda a sexta, das 7h às 18h.
Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (53) 3271-9539 ou nas redes sociais da Cuidativa

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